Aprenda como calcular projeto de energia solar, dimensionar painéis solares e fechar orçamentos precisos.
Você calcula um projeto de energia solar dividindo o consumo médio mensal (em kWh) pela irradiação média diária da região, multiplicando pela perda estimada (geralmente 1,3) e dividindo pela potência do painel solar.
O conteúdo deste artigo foi elaborado para ajudar tanto quem deseja instalar energia solar em casa quanto em empresas, atendendo diferentes necessidades de consumo e tipos de instalação.
Pronto, isso é o básico que muita gente quer saber. Mas só isso não basta para montar um orçamento preciso nem para fechar com segurança uma venda.
Neste guia, você vai entender:
Tudo com exemplos práticos, links para fontes confiáveis de dados solares e fórmulas fáceis de aplicar em campo. Bora montar projetos que fecham mais vendas?
Um projeto de energia solar é o plano técnico que define quantos painéis serão instalados, onde e como, com base no consumo de energia elétrica do local.
Ele inclui o cálculo da potência necessária, a área disponível, o tipo de sistema (on-grid ou off-grid), o dimensionamento dos cabos, o inversor, possíveis transformadores, e até estimativas de retorno sobre o investimento.
Um acordo bem estruturado entre integrador e cliente é fundamental para garantir a viabilidade técnica e econômica do projeto.
Esse projeto é essencial para:
A consideração de todos os fatores técnicos e regulatórios é essencial para evitar erros e garantir a satisfação do cliente. Um projeto solar bem feito aumenta aconfiança do cliente, melhora a conversão da venda e reduz retrabalho na instalação.
Agora que você sabe o que é, vamos começar pelo primeiro passo: descobrir o quanto o cliente consome por mês.
Você precisa da média mensal de consumo em kWh, o número do cliente, tensão contratada e local do imóvel. Essas informações vêm direto da fatura de energia elétrica. O mais importante é o consumo total dos últimos 12 meses, para calcular a média e ajustar sazonalidades.
Uma leitura correta dos dados da conta de luz é fundamental para garantir um cálculo preciso do sistema, evitando erros que possam comprometer a eficiência da solução proposta.
O que pedir ao cliente:
Dica prática: Sempre peça pelo menos as últimas 3 contas para identificar picos e quedas. Isso evita subdimensionar o sistema por conta de um mês fora da curva.
Com esses dados em mãos, já é possível seguir para o cálculo do consumo médio mensal.
Para calcular o consumo médio mensal, some os kWh das 12 últimas contas de luz e divida por 12.
Esse valor indica quanta energia o cliente consome por mês, e é o ponto de partida para todo o projeto.
No caso de uma residência com variação de consumo ao longo do ano, é importante considerar os meses de maior uso para evitar subdimensionamento.
Se um cliente consumiu:
E assim por diante até dezembro, some tudo e divida por 12.
Consumo médio mensal = (Soma de kWh dos 12 meses) ÷ 12
Se a soma der 8.040 kWh, o consumo médio será 670 kWh/mês.
Essa média define a potência do sistema fotovoltaico, a quantidade de painéis solares e até o espaço necessário para a instalação.
Agora que temos a média mensal, o próximo passo é entender a irradiação solar da região, que influencia diretamente no rendimento do sistema.
Irradiação solar é a quantidade de energia do sol que atinge um metro quadrado por dia, medida em kWh/m²/dia.
Esse dado define o quanto cada painel pode gerar por dia em determinada região. Áreas como o Nordeste têm alta irradiação (5,5 a 6,5 kWh/m²/dia), enquanto regiões do Sul podem ter valores entre 3,8 e 4,5.
Para consultar dados solares específicos da sua localidade, acesse o link do Cresesb e insira a latitude e longitude do local de instalação.
Porque dois clientes com o mesmo consumo, mas em cidades diferentes, precisam de sistemas com quantidade de painéis diferentes. Quanto menor a irradiação da região, maior será o número de placas solares necessário para atender ao mesmo consumo.
Você pode usar ferramentas como:
Se um cliente consome 600 kWh/mês e está numa cidade com irradiação média de 5,5 kWh/m²/dia, ele vai precisar de menos painéis do que alguém com mesmo consumo, mas numa cidade com 4,2 de irradiação.
Agora vamos juntar consumo e irradiação para calcular a potência necessária do sistema.
Você calcula a potência necessária dividindo o consumo mensal pela irradiação solar diária e por 30, depois ajusta com um fator de perda.
A fórmula mais usada no Brasil é:
Potência (kWp) = Consumo mensal (kWh) ÷ (Irradiação diária × 30 × 0,75)
Esse fator 0,75 representa a consideração de perdas do sistema, como inclinação do telhado, temperatura, sujeira e eficiência dos componentes.
A consideração desses fatores é fundamental para garantir a eficiência do sistema fotovoltaico.
Se o consumo for 670 kWh/mês e a irradiação local for 5,5 kWh/m²/dia, o cálculo será:
670 ÷ (5,5 × 30 × 0,75) = 5,43 kWp
Esse é o tamanho do sistema fotovoltaico que o cliente precisa instalar para cobrir todo o consumo com energia solar.
Agora que sabemos a potência necessária, o próximo passo é entender se o sistema será on-grid ou off-grid, porque isso muda o tipo de equipamento e os cálculos.
Sistemas on-grid são conectados à rede elétrica e exigem menos baterias; off-grid funcionam de forma independente e precisam de armazenamento.
O uso adequado do tipo de sistema, seja on-grid ou off-grid, depende das características do imóvel e das necessidades do cliente, como em uma casa ou residência. Essas diferenças impactam diretamente o cálculo, a escolha de equipamentos, os custos e até a área ocupada.
Fórmula usada:
Potência (kWp) = Consumo mensal ÷ (Irradiação diária × 30 × 0,75)
Componentes extras no cálculo:
*O sistema off-grid costuma exigir mais painéis solares, maior investimento e espaço adicional para os equipamentos.
Agora que você já sabe a diferença entre os sistemas, vamos usar esses dados para descobrir a quantidade de painéis necessários.
Você calcula a quantidade de painéis solares dividindo a potência total do sistema pela potência de cada painel.
A quantidade de placas solares (também chamadas de painéis) é determinada justamente pela potência total do sistema e pela potência de cada placa, sendo fundamental para garantir a eficiência e o dimensionamento correto do sistema fotovoltaico.
Esse cálculo depende de dois dados principais:
Quantidade de painéis = Potência do sistema (kWp) ÷ Potência de cada painel (kWp)
Se o sistema precisa gerar 5,43 kWp e você vai usar painéis solares de 550 Wp (0,55 kWp):
5,43 ÷ 0,55 = 9,87 → arredonda para 10 painéis
É sempre indicado arredondar para cima para garantir a entrega da geração planejada.
Agora que temos a quantidade de painéis solares, o próximo passo é entender qual modelo de painel escolher e calcular a área necessária para instalar tudo.
Você escolhe o painel solar ideal com base na eficiência, tamanho, marca, garantia e espaço disponível no imóvel.
Existem diferentes modelos de placas solares, mas os mais usados no Brasil são os painéis de silício monocristalino e policristalino.
Para fazer uma boa escolha, analise essas características técnicas do painel solar:
Escolher o painel solar certo ajuda a garantir a geração esperada e facilita o fechamento do projeto com o cliente.
Agora vamos calcular a área necessária para a instalação desses módulos.
Você estima a área necessária multiplicando o número de painéis pelo tamanho de cada módulo, considerando espaço para ventilação e manutenção.
Em uma residência, é fundamental avaliar o espaço disponível no telhado para acomodar todos os painéis necessários, garantindo que o sistema atenda às necessidades do imóvel.
Um painel de 550 Wp mede, em média, 1,10 m x 2,25 m (cerca de 2,47 m² por módulo). Mas não basta calcular só a área exata. É preciso adicionar folgas entre os painéis e margem para circulação.
Área mínima = Quantidade de painéis × Área de cada painel × 1,2 (margem de segurança)
Se o projeto usa 10 painéis de 2,47 m²:
10 × 2,47 × 1,2 = 29,64 m²
Essa área considera espaçamento adequado para ventilação, manutenção e perdas por sombreamento.
Com o espaço definido, vamos partir para a parte elétrica do sistema: o dimensionamento dos cabos fotovoltaicos.
O uso correto dos cabos, conforme as normas técnicas, é fundamental para garantir a segurança e eficiência do sistema.
Você dimensiona os cabos fotovoltaicos com base na corrente elétrica, comprimento do circuito e queda de tensão permitida.
Usar a bitola errada pode causar aquecimento, perda de energia e risco de incêndio. O dimensionamento correto é obrigatório pelas normas da NBR 16690.
S = (2 × ρ × I × L) ÷ ΔV
Onde:
Sistema de 5,43 kWp com tensão de 600 Vcc, corrente de 9 A, distância total de 40 m:
S = (2 × 0,0175 × 9 × 40) ÷ 9 = 1,4 mm²
(Usa-se o próximo valor padrão: 2,5 mm²)
Agora que os cabos estão resolvidos, vamos ver quando o projeto precisa de um transformador, e como calcular a potência dele.
Você dimensiona o transformador quando a tensão de saída do inversor não bate com a tensão da rede ou do ponto de entrega.
Nem todo sistema precisa de transformador. Ele é mais comum em projetos comerciais ou rurais, onde a rede exige tensões como 13,8 kV ou 220/380 V.
Um transformador é necessário nas seguintes situações comuns em projetos de energia solar:
Para garantir segurança e rendimento, use esta regra prática para calcular a potência mínima do transformador:
Potência mínima do transformador = Potência do sistema + 10% de folga
Se o sistema for de 5,43 kWp, o transformador deve ter no mínimo:
5,43 + 10% = 6 kVA
Com o transformador definido (se necessário), o próximo ponto é calcular as perdas do sistema, para ajustar a geração esperada.
As perdas no sistema fotovoltaico ocorrem por temperatura, sujeira, cabos, inversor e sombreamento. A média geral fica entre 20% e 25%.
Ignorar essas perdas gera projetos mal dimensionados, com geração abaixo do esperado e clientes insatisfeitos.
Veja os principais fatores que mais impactam:
Use um fator de perda padrão de 0,75 (ou seja, considere que o sistema terá 75% de eficiência em média).
Isso já está embutido na fórmula que usamos no Passo 2 para calcular a potência do sistema.
Agora que você sabe como ajustar a geração, vamos fechar o projeto com o valor total de investimento e o retorno financeiro.
Você calcula o valor total somando todos os custos do sistema e estima o retorno dividindo o investimento pela economia mensal na conta de luz.
Ao analisar os investimentos em energia solar, é fundamental considerar o prazo de retorno e os benefícios financeiros a longo prazo.
Esse cálculo ajuda a mostrar ao cliente em quanto tempo ele recupera o investimento e quanto pode economizar nos próximos anos.
Além disso, é importante avaliar se realmente vale a pena investir em energia solar, levando em conta possíveis desvantagens ou "penas" de não adotar essa tecnologia.
Veja os principais itens que devem estar incluídos:
Se o projeto total custa R$ 25.000 e o cliente economiza R$ 500 por mês, o tempo de retorno será:
Payback = 25.000 ÷ 500 = 50 meses (cerca de 4 anos e 2 meses)
Com o custo e o retorno definidos, o próximo passo é montar um orçamento claro e detalhado.
Você monta um orçamento confiável detalhando todos os itens do projeto, destacando a geração estimada e apresentando simulações de economia.
Um orçamento bem detalhado facilita o acordo entre integrador e cliente, alinhando expectativas e responsabilidades para garantir a satisfação de ambas as partes.
Esse orçamento é o documento que vai convencer o cliente. Ele precisa ser claro, técnico e fácil de entender. O cliente quer saber quanto vai investir, quanto vai economizar, o que está comprando e qual o prazo de entrega e instalação do sistema.
Para transmitir confiança e transparência, seu orçamento deve incluir os seguintes pontos:
Apresente o orçamento em formato PDF com layout limpo e seu e-mail de contato visível. Isso passa profissionalismo e facilita o fechamento.
Agora que o orçamento está pronto, a próxima etapa é apresentar o projeto ao cliente da melhor forma possível.
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